sábado, 23 de junho de 2012

Atividades econômicas e industriais nas regiões do Brasil


Sudeste:
Como descrito anteriormente, o Sudeste, é a região que possui a maior concentração industrial do país.
Nesta área, os principais tipos de indústrias são: automobilística, petroquímica,de produtos químicos, alimentares, de minerais não metálicos, têxtil, de vestuário, metalúrgica, mecânica, etc. É um centro polindustrial, marcado pela variedade e volume de produção.
Várias empresas multinacionais operam nos setores automobilísticos de máquinas e motores, produtos químicos, petroquímicos, etc.As empresas governamentais atuam principalmente nos setores de siderurgia. Petróleo e metalurgia, enquanto empresas nacionais ocupam áreas diversificadas.
O grande interesse de empresas multinacionais é principalmente pela mão-de-obra mais barata, pelo forte mercado consumidor e pela exportação dos produtos industriais a preços mais baixos.Quem observa a saída de navios dos portos de Santos e do Rio de Janeiro tem oportunidade de verificar quantos produtos industriais saem do Brasil para outros países. E aí vem a pergunta:com quem fica o lucro dessas operações?Será que fica para os trabalhadores que as produziram?
A cidade do Rio de Janeiro, caracterizada durante muito tempo como capital administrativa do Brasil até a criação de Brasília, possui também um grande parque industrial. Porém, não tem as mesmas características de alta produção e concentração de São Paulo.Constitui-se também,de empresas de vários tipos, destacando-se as indústrias de refino de petróleo, estaleiros, indústria de material de transporte, tecelagem, metalurgia, papel, têxtil, vestuário, alimentos, etc.
Minas Gerais, de passado ligado à mineração, assumiu importância no setor metalúrgico após a 2º Guerra Mundial e passou a produzir principalmente aço, ferro-gusa e cimento para as principais fábricas do Sudeste. Belo Horizonte tornou-se um centro industrial diversificado, com indústrias que vão desde o extrativismo ao setor automobilístico.
Além do triângulo São Paulo,Rio de Janeiro,Belo Horizonte, existem no Sudeste outras áreas industriais, a maioria apresentando ligação direta com algum produto ou  com a ocorrência de matéria-prima . É o caso de Volta Redonda, Ipatinga, Timóteo, João Monlevade e Ouro Branco, entre outras, ligadas à siderurgia.Outros centros industriais estão ligados à produção local, como Campos e Macaé (açúcar e álcool), Três Corações, Araxá e Itaperuna(leite e derivados), Franca e Nova Serrana(calçados), Araguari e Uberlândia(cereais),etc.
O estado do Espírito Santo é o menos industrializado do Sudeste, tendo centros industriais especializados como:Aracruz , Ibiraçu, Cachoeiro de Itapemirim
Vitória, a capital do Estado, tem atividades econômicas diversificadas, relacionadas à sua situação portuária e às indústrias ligadas à usina siderúrgica de Tubarão.
No Sudeste, outras atividades estão muito ligadas à vida urbana e industrial:comércio, serviço público, profissionais liberais, educação, serviços bancários, de comunicação, de transporte , etc.Quanto maior a cidade, maior variedade de profissionais aparecem ligados às atividades urbanas.
Como entre São Paulo, Rio e Belo Horizonte concentra-se a maior produção industrial do país, a circulação de pessoas e mercadorias é muito intensa na região.Milhares de pessoas estão envolvidas na comercialização, transporte e distribuição dos produtos destinados à industrialização, ao consumo interno ou à exportação.Considerada também o centro cultural do país, a região possui uma vasta rede de prestação de serviços em todos os ramos, com grande capacidade de expansão, graças ao crescimento de suas cidades. 
Sul:
A industrialização do Sul, tem muita vinculação com a produção agrária e dentro da divisão regional do trabalho visa o abastecimento do mercado interno e as exportações.
O imigrante foi um elemento muito importante no início da industrialização como mercado consumidor e no processo industrial de produtos agrícolas, muitas vezes em estrutura familiar e artesanal.
A industrialização de São Paulo implicou na incorporação do espaço do Sul como fonte de matéria-prima,Implicou também na incapacidade de concorrência das indústrias do sul, que passaram a exportar seus produtos tradicionais como calçados e produtos alimentares, para o exterior.Com as transformações espaciais ocasionadas pela expansão da soja, o Sul passou a ter investimentos estrangeiros em indústrias de implementos agrícolas.
A indústria passou a se diversificar para produzir bens intermediários para as indústrias de São Paulo.Nesse sentido o sul passou a complementar a produção do Sudeste.Daí considerarmos o Sul como sub-região do Centro-Sul.
Objetivando a integração brasileira com os países do Mercosul, a indústria do Sul conta com empresas no setor petroquímico, carboquímico, siderúrgico e em indústrias de ponta (informática e química fina).
A reorganização e modernização da indústria do sul necessitam também de uma política nacional que possibilite o aproveitamento das possibilidades de integração da agropecuária e da indústria, à implantação e crescimento da produção de bens de capital( máquinas, equipamentos), de indústrias de ponta em condições de concorrência com as indústrias de São Paulo.
Nordeste:
A industrialização dessa região vem se modificando, modernizando, mas sofre a concorrência com as indústrias do Centro-Sul, principalmente de São Paulo, que utilizam um maquinário tecnologicamente mais sofisticado.
A agroindústria açucareira é uma das mais importantes, visando sobretudo a exportação do açúcar e do álcool.
As indústrias continuam a tendência de intensificar a produção ligada à agricultura (alimentos, têxteis, bebidas) e as novas indústrias metalúrgicas, químicas, mecânicas e outras.
A exploração petrolífera no Recôncavo Baiano trouxe para a região indústrias ligadas à produção refino e utilização de derivados do petróleo.
Essa nova indústria , de alta tecnologia e capital intenso, não absorve a mão-de-obra que passa a subempregar-se na área de serviços ou fica desempregada.
As indústrias estão concentradas nas mãos de poucos empresários e os salários pagos são muito baixos, acarretando o empobrecimento da população operária.
O sistema industrial do Nordeste, concentrado na Zona da Mata, tem pouca integração interna. Encontra-se somente em alguns pontos dispersos e concentra-se sobretudo nas regiões metropolitanas:Recife, Salvador e Fortaleza .
Com vistas à política do Governo Federal para o Programa de Corredores da Exportação, instituído no final da década de 70 para atender ao escoamento da produção destinada ao mercado externo, foram realizadas obras nos terminais açucareiros dos portos de Recife e Maceió.
A rede rodoviária acha-se mais integrada a outras regiões do que dentro do próprio Nordeste. A construção da rodovia , ligando o Nordeste(Zona da Mata) ao Sudeste e ao Sul, possibilitou o abastecimento do Nordeste com produtos industrializados no Sudeste e o deslocamento da população nordestina em direção a este.
Centro-Oeste:
Na década de 60, a industrialização a nível nacional adquire novos padrões. As indústrias de máquinas e insumos agrícolas, instaladas no Sudeste, tiveram mercado consumidor certo no Centro-Oeste, ao incentivarem-se os cultivos dos produtos de exportação em grandes áreas mecanizadas.
A partir da década de 70, o Governo Federal implantou uma nova política econômica visando a exportação .Para atender às necessidades econômicas brasileiras e a sua participação dentro da divisão internacional do trabalho, caberia  ao Centro-Oeste a função de produtor de grãos e carnes para exportação.
Com tudo isso, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região em criação de bovinos do País, sendo esta a atividade econômica mais importante da sub-região. Sua produção de carne visa o mercado interno e externo.
Existem grandes matadouros e frigoríficos que industrializam os produtos de exportação. O abastecimento regional é feito pelos matadouros de porte médio e matadouros municipais, além dos abates clandestinos que não passam pela fiscalização do Serviço de Inspeção Federal.
Sua industrialização se baseia no beneficiamento de matérias-primas e cereais, além do abate de reses o que contribui para o maior valor de  sua produção industrial . As outras atividades industriais são voltadas para a produção de bens de consumo, como :alimentos, móveis etc. A indústria de alimentos, a partir de  1990, passou a se instalar nos pólos produtores de matérias-primas, provocando um avanço na agroindústria do Centro-Oeste. A CEVAL, instalada em Dourados MS, por exemplo, já processa 50% da soja na própria área.
No estado de Goiás por exemplo ,existem indústrias em Goiânia, Anápolis,Itumbiara, Pires do rio,Catalão, Goianésia e Ceres. Goiânia e Anápolis, localizadas na área de maior desenvolvimento econômico da região, são os centros industriais mais significativos, graças ao seu mercado consumidor, que estimula o desenvolvimento industrial.
Enquanto outras áreas apresentam indústrias ligadas aos produtos alimentares, minerais não metálicos e madeira, esta área possui certa diversificação industrial.Contudo, os produtos alimentares representam o maior valor da produção industrial.
Norte:
A atividade industrial no Norte, é pouco expressiva, se comparada com outras regiões brasileiras. Porém, os investimentos aplicados, principalmente nas últimas décadas, na área dos transportes, comunicações e energia possibilitaram à algumas áreas o crescimento no setor industrial , visando à exportação.

Grande parte das indústrias está localizada próxima à fonte de matérias-primas como a extração de minerais e madeiras, com pequeno beneficiamento dos produtos.

A agroindústria regional dedica-se basicamente ao beneficiamento de matérias-primas  diversas, destacando-se a produção de laticínios;o processamento de carne, ossos e couro; a preservação do pescado, por congelação, defumação, salga, enlatamento; a extração de suco de frutas; o esmagamento de sementes para fabricação de óleos; a destilação de essências florestais; prensagem de juta, etc.Tais atividades, além de aumentarem o valor final da matéria-prima, geram empregos.
As principais regiões industriais são Belém e Manaus. Na Amazônia não acontece como no Centro-sul do país, a criação de áreas industriais de grandes dimensões.
Mais adiante veremos sobre a criação da Zona Franca de Manaus.

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